10 de julho de 2012

Descobertas

Encontrando...
E foi assim, numa noite qualquer que resolveu descobrir o mundo. Era uma noite tranquila na cidade, algumas ruas já ficaram pra trás e ela ainda busca algo. Sente que perdeu algo...um sapato...uma bolsa...um brinco.

Não.

Com certeza perdeu algo mais que um simples objeto supérfluo...com certeza perdeu mais do que tempo. Mas continuou caminhando. Seguindo as luzes da cidade (linda na madrugada). Acompanhada pelos fantasmas que assombravam um perdido no outro canto, resolveu continuar seguindo sem rumo.

O mais engraçado é que havia a sensação de que sabia onde estava indo. Mas não sabia. E nesse GPS sobrenatural apontava para o caminho mais improvável. Para em frente a uma parede branca.

O bar ao lado, ainda aberto com alguns casais namorando, a convida para uma cerveja gelada. Senta-se. Observa a rua que começa a ter uma movimentação de fim de balada. E ela continua a procurar. Ainda não perdeu a sensação de que algo está faltando.

Continua a busca, agora frenética, no ritmo do eletrônico que toca do outro lado da parede branca. "Será que vou ter que pular?" - pensava em voz alta conversando com mesa e cadeiras vazias a sua volta. Não via nenhum porta, nem janela. A curiosidade mórbida que saia daquela parede branca a atingia de maneira encantadora.

"Não."

Pensou dessa vez de maneira silenciosa. Tomou outro gole daquela cerveja. Desceu como água. Pensou dessa vez de maneira confusa...nunca havia tomado cerveja. Nunca havia sentado num bar sozinha. Nunca havia buscado nada. Ainda mais algo que não sabia exatamente o que era. Nunca havia se permitido sair sem rumo.

O celular toca. Amor escrito no visor. "Mas não tenho nenhum no momento...". Ligação a cobrar. Uma risada escapa. Ligação perdida. SMS chega. "Cinco minutos estou ai...". A música para do outro lado da parede branca. Um neon pisca dizendo "siga por aqui...".

"Caraca amor...demorou hein.". Ele estava ali, esperando ela. "Era isso o que eu estava procurando?". E vai se aproximando....se aproximando...

"Ei...o que você tá fazendo?" - diz ele.
"Ué, você não é o que eu estava procurando?" - diz ela sem graça.
"Sim, LIBERDADE, prazer...agora me larga por favor?"
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