14 de novembro de 2013

Pedindo Para Ser Incomodado

Arquivo pessoal
De repente o silêncio.
O som que ouço na verdade é do barulho das teclas do teclado e da geladeira que funciona agora a todo vapor graças a generosidade dos melhores vizinhos que já pude ter.
De repente agradeço.
E eis que começo o dia, termino o dia lembrando de tudo o que aconteceu ontem...e dando mais valor ainda para o que acontece hoje.
Tinha algo parecido na música que escutei daquela banda...mas era tudo o contrário.
Há tempos não me entregava mais as palavras.
Há tempo não me entregava a verdade que sempre esteve presente na minha vida.
E de verdade em verdade, mentira...pois sempre me entreguei...apenas me ceguei e não vi.
Pois nunca, NUNCA fazemos tudo aquilo que somos capazes...na verdade somos muito mais capazes do que só isso.
E eis que me debruço em meio a virtudes e defeitos...disse que odeio, mas na verdade a cinco dias apenas de ficar mais velho, me percebo ainda cada vez mais ignorante em meio a maravilha da descoberta que se chama vida.
Pausa para o gole de cevada meio a meio para mais um esclarecimento.
Palavras traiçoeiras que vem e vão com a mesma simplicidade e periculosidade que a maré na praia.
Me recordo com clareza do andar apressado de hoje cedo...será esquecido logo no próximo ciclo lunar. A urgência, a necessidade em perceber que cada ação tem uma reação.
Que a espera não deve ser a causa do problema.
Me lembro do andar apressado e percebo que o esforço foi mais uma tentativa vã de se fazer importante do que a pura e simples necessidade de querer acreditar que o errado poderia ter conserto, mesmo sem opção.
O corte foi feito, o escuro se faz presente, mas há sempre uma vela guardada na gaveta.
Há sempre um fósforo esperando para ser queimado.
Há sempre a boa vontade esperando para se fazer presente.
Há sempre a paciência para se esperar que um dia tudo fique organizado.
E enquanto isso, em meio ao breu da madrugada, os garis levam embora o lixo que terá destino incerto.
Imagino onde estará agora aquele fone que joguei na lixeira após o retorno pra casa em mais uma tentativa frustada de concerto de um erro que foi causado...por espera algo que nunca viria.
Um exemplo simples de que a ação causará uma reação...mas que não devemos esperar uma reação para tomarmos uma ação.
20 minutos...tudo resolvido...em 48 horas teremos luz de novo.
A mesma luz que cegará novamente os pensamentos e camuflará o lixo que ainda não foi jogado fora.
Pois ainda existem falsas certezas, pois ainda existe espera.
Sendo assim, não há nada que deverá ser jogado fora.
Mais uma pausa...outro gole de cevada para clarear a mente...que mente fazendo o corpo acredita que não está cansado.
É uma luta injusta...
Mas enquanto há luta, há esperança.
Sendo assim irei acreditar (ou apenas me enganar) que em 48 horas poderei voltar a enxergar o que já vejo claramente no escuro.
Vejo que nada disso é em vão, que palavras se encontram e se vão com a mesma complexidade das locomotivas na estação.
Pausa...cevada...esperança...verdade...certeza...
Aproveito a vela acessa para refazer a oração que dirá ao Pai o que Ele já sabe.
Que faça-se a luz em meio a escuridão...obrigado palavras.
De repente o barulho...é o silêncio acordando e pedindo para ser incomodado.
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