28 de janeiro de 2014

Um Celular e Dorgas

Eu nem ia compartilhar essa história, mas é algo que me deixou refletindo essa noite...
Achei um celular...no ônibus, no caminho de volta pra casa...confesso que peguei-o do chão em um reflexo normal...e o guardei.
Pensei em desliga-lo, em jogar o chip fora e vender para comprar dorgas...(brincadeirinha) mas resolvi, ao invés disso, esperar chegar em casa, que diga-se de passagem está se tornando uma vizinhança perigosa tendo em vista tantos assaltos recentes, e ligar para algum número da agenda.
O celular tocou assim que o deixei para carregar...era a irmã da proprietária do celular.
Entendo que a desconfiança seria normal você querendo falar com a sua irmã e um cara atende. Expliquei a situação e me ofereci para devolver algo que não era meu...incrível o espanto na voz do outro lado da linha por ter uma pessoa disposta a devolver um celular nos dias de hoje.
Minutos depois, o celular tocou novamente, era o noivo da proprietária, Luis. Expliquei a situação e me dispus a entregar o celular em algum lugar. A desconfiança de volta no tom de voz, mas acho que o que mais assustou foi a minha tranquilidade ao querer devolver algo que não era MEU!
"Cara, acabei de chegar do trabalho, mas desço ali na FIEO, que é um lugar com movimento esse horário, e entrego o aparelho"
"Não, não...faz assim, me passa seu endereço e vou busca-lo...jogo no GPS e pego ai com você."
"Ok...melhor ainda"
O espanto foi maior ainda...
"Alô...Luis, está ai?"
"Estou sim, saindo de casa, já chego ai..."
"Beleza, o endereço é Rua do QG do Leitão..."
Minutos depois, chega o Luis...não acreditando que estava reavendo o celular perdido por sua amada.
"Cara, muito obrigado, era o terceiro que ela perde em seis meses..."
"Sei como é cara, perder algo seu...pede só pra ela ter mais atenção...rs"
"Cara, vou te dar algum trocado..."
"Não precisa se incomodar, não foi nada..."
O sorriso incrédulo daquele sujeito era algo que me deixava mais incrédulo ainda de acredita que realmente as pessoas não acreditam mais no bem hoje em dia...até que o bem acontece.
Algo simples, um celular, mas que fará com que a noite de alguém seja mais tranquila.
Fazer o bem não importa a quem...ganhei o dia
E o melhor de tudo, a minha consciência está tranquila...afinal, não é fácil fica livre das dorgas e salvar o mundo das cáries. :D

Segunda e Feira

Vi ao longe as barracas, o ônibus passou rasgando pela avenida.
Não me lembrava de nenhuma feira às segundas, mas não moro por ali.
Ali não é meu bairro, não é a minha rua e não é o meu mundo.

E de mundo em mundo, ponto em ponto, tento entender o pensamento humano.
E de grau em grau, os miolos são fritos...ainda bem que tenho alguns sobrando.

O calor talvez faça com que vá embora mais do que apenas liquido do meu corpo acima do peso.
Vai embora o animo, vai embora a coragem....mas ai é só lembrar do sorriso, de um sorriso.
É só lembrar que vale a pena o esforço, vale a pena o suor, vale a pena ficar louco.

Problemas, soluções, trabalho árduo para uma segunda-feira, até que é normal.
Me lembrei da feira, me lembrei de pastel de pizza e caldo de cana.
Enquanto o ar condicionado briga com ele mesmo, o calor vai fritando mais alguns miolos

E de grau em grau, os pensamentos vão ficando turvos...ainda tenho um refúgio...um sorriso.
E de mundo em mundo, retorno ao ponto onde o mundo real é o melhor que escolho.

Vi ao longe as barracas, o ônibus passou voando pela avenida.
Não me lembrava de nenhuma feira às segundas, acho que vou me mudar por ali.
E poder tomar caldo de cana e comer um pastel de pizza antes de encarar mais uma semana.

Acho que vou me mudar...

21 de janeiro de 2014

The Lumineers at Liveset

Dia bom, música boa, noite quente, pensamentos positivos, livramentos, dedicação, fé, esperança, música boa (já falei isso né?)...e a vida me mostrando que vale a pena ser quem você sempre foi...a recompensa vem em forma de uma coisinha simples, mas que faz toda a diferença: paz.

Pocket show que encontrei dessa banda sensacional e que já passou aqui no Desventuras.

Por incrível que pareça, não foi na KEXP. Curtam que é simplesmente sensacional!

15 de janeiro de 2014

Barulho de Chuva

E os raios iluminam a noite mais escura de todas
A chuva lava as ruas, refresca os próprios mortais que correm
A procura por abrigo incessante e que nunca cansa
Aqueles que se contentam com a simples cobertura de uma telha de zinco.

E o vento corta o rosto...é frio, gelado e sincero.
A chuva ainda cai sem dó daqueles que acreditam terem o que precisam
Um pobre guarda-chuva torto e sem jeito.
Pingos que invadem por todas as direções o "porto-seguro"
encontrado às pressas no brecho da Dona Jurema.

E a vida continua, ao descer do sossego do ônibus lotado.
A chuva arranca o sono que havia encontrado na janela lá do fundo.
E assim como os sonhos, desceram no ponto errado.
"Ei, cobrador...", desceram eles no ponto da frente e já te encontram em casa.
Vão ali na padaria comprar o pão para o café de amanhã.

E a noite parece mais escura que o de costume.
A chuva talvez ilumine um pouco o caminho, refletindo as luzes da cidade acessa.
Luzes que ofuscam a visão, talvez por isso tudo escuro.
Luzes que esperam serem encontradas pelos meninos e meninas perdidas
de uma geração sem amor no coração e o orgulho de serem o que não são de verdade.

E o barulho da chuva acalma o corpo agitado.
A chuva criar então lá fora, uma bela sinfonia onde a intensão é entorpecer
E fazer com que os pensamentos positivos se diluam pela cidade cinza
E fazer com que somente as coisas boas permaneçam intactas a violência da queda
dos pingos que atingem e atacam em cheio o que não serve mais.

E os raios iluminam, o vento refresca,
a vida continua, a noite vai embora
e o barulho da chuva, embala novos sonhos
em mais uma madrugada em que o sono
vai ser recompensa e descanso para as batalha de um novo mundo.

5 de janeiro de 2014

Como Não Perder Essa Mulher

Me pergunto como ainda...
...algumas distribuidoras conseguem acabar com a reputação de um filme inventando nomes sem sentido para as versões nacionais. Enquanto a impressão com título nacional é a de que o filme remete a qualquer comédia besteirol do final do anos 90/início dos 00, como American Pie (que ainda é um bom exemplo), o que temos é uma visão totalmente ousada e corajosa de um cara que já vinha se mostrando diferenciado.

Joseph Gordon-Levitt, que já havia ganhado meu respeito com 500 Dias Com Ela, ousa ao jogar para o espectador o que há de mais obscuro de um homem. E vai além, pois além de mostrar um lado que é totalmente camuflado pelas atitudes cotidianas, despe também a real necessidade que todo relacionamento tem para dar certo. E antes que pensem que estou falando do fato relacionado a pornografia, calma que a coisa é mais embaixo.

Jon Martello (Levitt) é tipico esteriótipo do homem "moderno": preocupado com o corpo, com os bens materiais e que mantem seu resquício de humanidade nas tradições familiares e os laços de amizades. Tido pelos amigos com o Don Jon (alusão a Don Juan), Martello se vê em uma situação inédita quando encontra "a mulher dos seus sonhos". Só que esse sonho talvez não esteja ainda muito bem traçado já que ele tem um problema que a principio parece ser inofensivo: seu vício em pornografia.

E em meio a uma vida toda "centrada" no fato de que a pornografia sempre trará mais prazer que uma relação com uma mulher de verdade, Jon é conflitado então pela "mulher dos seus sonhos", Barbara (Scarlett Johansson, linda pra variar). Talvez esteja ai a chance de mudar de vida? Sair de uma vida vazia, onde as mulheres que consegue todas as noites não o satisfazem e poderia então abandonar suas viagens pornográficas para ter a mulher que sempre sonhou?
Como sabemos, a realidade sempre bate de uma maneira muito forte e quando a manipulação, ou apenas, objetividade como cita a irmã de Jon, Mônica (Brie Larson na fala mais assertiva do filme), começa a fazer Jon questionar se suas atitudes são tão erradas assim, ele entra em uma busca por auto-conhecimento que acaba, para sua sorte, encontrando compreensão na figura de Esther (Julianne Moore, sempre excelente), uma mulher que não se sabe ao certo se tem tantos ou mais problemas que nosso protagonista.

Junta-se a pressão pelo seu relacionamento, também entra a pressão da família, ítalo-americana e que cobra dele uma postura mais adulta. Entram ai os alívios cômicos muito bem-vindos por parte do casal Sr. Jon (Tony Danza, hilário) e Sra. Martello (Glenne Headly, igualmente hilária) e que acabam até por ajudar seu filho a entenderem alguns pontos chaves para seu amadurecimento.

A princípio o filme pode ser mal julgado tendo tantas inserções de filmes pornográficos em suas cenas, mesmo que não seja algo explicito. Contudo, tais inserções perderiam sim o sentido se não houvesse um norte a ser traçado. Essa ousadia de Levitt na direção, ora com cortes rápidos, ora com closes e planos mais tradicionais, traz o clima ao espectador do realmente se passa na cabeça de um cara que vai encontrar dentro de si uma parte feia e que não irá lhe trazer nada além de...nada.
Aos encaixarmos as peças (sim amigos, é isso que um bom filme faz...nos deixa pensar) e avaliarmos que na verdade o que causa grande parte dos problemas nos relacionamentos atuais é a falta de dialogo, compreensão e acima de tudo, respeito, conseguimos entender que as mudanças necessárias para que a vida de Jon siga um rumo melhor, vão depender somente da compreensão e entendimento de que os problemas que ele causou, só ele poderá resolver.

Um filme ousado (em partes), com uma linguagem que aparenta ser "comum" mas que na verdade apresenta algumas camadas que ficarão mais fáceis de serem percebidas com o foco certo do espectador. Até porque, temos ai uma crítica muito forte a falta de alguns sentimentos que todos nós buscamos, mas que não temos "paciência" nem "tempo" para buscarmos.

Como veremos, é possível...desde que a mudança parta do maior interessado nela.

obs: vale o crédito para as participações de Anne Hathaway, Channing Tatum, Emily Blunt e Cuba Gooding Jr. como estrelas de cinema...muito bacana!

Trailer

Ficha Técnica
Como Não Perder Essa Mulher (Don Jon) - 2013 - 90 min. - EUA - Drama/Comédia
Direção: Joseph Gordon-Levitt
Roteiro: Joseph Gordon-Levitt
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Scarlett Johansson, Julianne Moore, Tony Danza, Glenne Headly, Brie Larson, Rob Brown, Jeremy Luke, Italia Ricci
Site Oficial: http://donjonmovie.tumblr.com/

4 de janeiro de 2014

E De Repente...

E de repente tudo volta a ter sentido.
A vida volta a ter sentido.
E de repente tudo encontra seu lugar

Um ano novo, um tênis novo
Um coração novo, um sonho novo.
Um celular novo, um trabalho novo...não esse é o mesmo.

E de repente tudo volta a ter sentido
A vida volta ao curso que aquele menino de 12 anos sempre sonhou.
E de repente tudo encontra o nada.

Afinal de contas, aprendi que tudo não foi mentiroso.
As coisas mudam, as pessoas mudam, sentimentos mudam.
E de repente sonhos mudam, objetivos, planos mudam.

Aceitar, entender, compreender e então, manter só o que faz bem.

O garoto de 12 anos finalmente cresce e entende o que é ser adulto.
Lidar com problemas, perdas, idas e vindas, diferenças.
O garoto de 12 anos finalmente consegue enxergar e lidar com o ser adulto.
Lidar com decisões, escolhas, caminhos e atalhos, palavras.

E de repente...
...um ano novo, uma nova dia, um novo garoto de 12 anos.

Olha o sol nascendo de novo.