17 de novembro de 2010

Para meu filho Matheus

Um pequeno aviso antes do texto: quando descobri que ia ser papai, recebi um texto dizendo de como seria a vida dali pra frente. Infelizmente não sei o autor(a) do original. Tomei a liberdade de adaptar a minha realidade. Se por acaso, alguém souber de quem é a autoria do texto, deixa um comentário ok? É só uma singela homenagem a esse homenzinho que comanda minha vida hoje.

O bom pai é aquele que vai ser tornando desnecessário com o passar do tempo. (no meu caso daqui uns anos, se Deus assim permitir).

...aos quase 18, começará a dar os primeiros vôos-solo. Chegará então a hora de reprimir de o impulso paternal de querer colocar a cria debaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha interna, hercúlea, confessarei.

Quando começar a esmorecer o Super-Pai que todos nós temos dentro de nós, lembrarei desta frase: "SE FIZ O TRABALHO DIREITO, TENHO QUE ME TORNAR DESNECESSÁRIO."

Antes que algum pai, ou mãe, apressado(a) venha me acusar de desamor preciso explicar o que significa isso. Ser "desnecessário" é não deixar que o amor incondicional de pai, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, a ponto de não conseguirem ser autônomos, confiantes ou independentes. Precisam estar prontos para traçarem seus rumos, fazerem suas escolhas (certas ou não), superarem frustações e cometerem os próprios erros.

A CADA FASE DA VIDA, IREI CORTAR E REFAZER O CORDÃO UMBILICAL...

A CADA NOVA FASE, UMA NOVA PERDA E UM NOVO GANHO, PARA OS DOIS LADOS, PAI E FILHO.

Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não para de se transformar ao longo da vida. Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo. O que deixarei com certeza é que estarei lá, firme, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas díficeis. E também que estarei lá vibrando que nem um doido em final de copa do Mundo...como num show do Los Brisa Loka...mostrando que também na alegria, estarei lá.

Esse é o meu maior desafio e minha principal missão.

Ao aprender a ser "desnecessário", me transformo em porto seguro para quando ele decidir atracar.

Mas até lá, muita fralda cagada, muitas farras de madrugada, muito carinho, muitas mamadeiras...pra quem sabe um dia ser metade do que meus pais foram (E MINHA MÃE AINDA É) pra mim.
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