One Week

16 de julho de 2012

One Week

Noite de sábado, depois de um dia de plantão no trampo corrido...

"O que você faria?" - "Uma Semana"

...e meu irmão em casa como uma bela surpresa.

Sem muita enrolação foi assim que comecei a ver "One Week" (2008 - não achei versão brasileira do nome, que traduzindo é Uma Semana) filme que conta a história de Ben Tyler (Joshua Jackson, muito bom!), jovem que recebe o diagnóstico de um câncer raro e que lhe dará apenas menos de dois anos de vida com chance de cura miníma.

E a partir desse diagnóstico temos, através de uma narrativa não muito convencional, o começo da história desse frustado escritor, cantor e jogador de beisebol, que resolver ao invés de se tornar um "paciente", largou a rotina e os traumas no qual estava preso e decidiu atravessar o Canadá de ponta à ponta após perceber que nunca havia vivido realmente.

Lidar com a mortalidade, esse é o mote do filme que permeia a fita inteira com perguntas que, isoladas, podem parecer consultas àqueles livros de auto-ajuda. Mas graças a uma narrativa super bacana, irônica, com uma pitada de humor leve...às vezes até mórbido, o filme não caiu no lugar comum. Não é daqueles filmes agitados, onde teríamos a oportunidade de ver um dramalhão ao maior estilo novela mexicana e sim o retrato de um cara que percebeu que perdeu muito tempo em não viver.

Como já falei, a condução do filme pelo diretor Michale McGowan (também roteirista) aproveita não só o belíssimo cenário canadense (que já tinha vontade de conhecer um dia...agora então...) como também as atuações que de tão naturais, contribuem para um roteiro que amarra bem todas as questões existências do filme.

E elas não são poucas. Como uma pergunta que achei a chave de tudo que é: "O que você faria se tivesse um ano, um mês, uma semana, um dia de vida?". Não é exatamente assim que está no filme, mas com base nessa frase, o filme permite-se caminhar pelos questionamentos que Ben tem desde que sai do consultório médico com a sentença de morte nas suas costas.

Afinal de contas, do que adiantaram todos os conceitos, desejos e sonhos que teve até então? Do que adiantou se "prender" em um futuro que não virá mais? E porque nunca se viveu o presente, o aqui, o agora?

Ben então busca na impulsividade da compra de uma moto e no desejo realizar um sonho a coragem e a vontade de atravessar o país, ao som de uma trilha só com artistas canadenses e que encanta pela simplicidade e poesia (pelo menos das músicas em inglês já que o meu francês é zero!), e viver em alguns dias o que não viveu durante todo aquele tempo em que esteve "preso" ao conceito de que devemos nos preparar para o futuro, para o amanhã.

Como então preparar o amanhã, sem viver o hoje?

É um road movie sensacional quando se está aberto para não julgar se as atitudes são certas ou erradas.

E para fechar, o último take do filme, citação de Shakespeare que resume o sentimento que fica...