18 de abril de 2011

Desventuras | Virada Cultural 2011

Algo de diferente...

...estava no ar do centro de São Paulo nesse fim de semana. Fato é que muito ainda tem que ser feito para que o centro de Sampa volte a ser O centro de Sampa. Mas algo de bom estava no ar. Desde a abertura, com o show da Rita Lee na praça Júlio Prestes, até as intervenções artísticas em meio ao povo que andava de um lado pro outro em meio a sujeira, mendigos e políciais de saco cheio, algo estava diferente.

A cidade parecia abraçar a ela mesma. E o clima de descontração era às vezes interrompido por bêbados e drogados que insistiam em usar da violência como forma de finalizar "problemas". Tudo bem? Claro que não. Afinal de contas, em meio a cultura que era lançada aos olhos, ouvidos e mentes dos mais de quatro milhões e meio de pessoas (segundo a organização do evento) que compareceram ao centro da cidade, essa é uma saída nada cultural. E burra por falta de outra palavra. Na verdade é algo meio inevitável em eventos dessa magnitude.

O governo vai falar do que saiu bem. A mídia sensacionalista, do que saiu de ruim. E assim, façam seu balanço. A cena que presenciei embaixo de um Viaduto do Chá, lotado de pessoas que estavam ali pra rir, gargalhar...foi muito louco! Ver o Teatro Municipal sendo "ovacionado" por olhos curiosos que apreciavam sua bela arquitetura. Uma praça da República lotada da maior variedade possível de pessoas. Crianças em plena madrugada se divertindo com suas famílias. Um brega totalmente pop no largo do Arouche. Bares lotados. Senhores e senhoras sentados à beira de uma Avenida Ipiranga tomada de gente, deixam escapar sorrisos...o cruzamento mais famoso da cidade estava belo.

Infelizmente não deu pra ver tudo. Show completos mesmo, só de Rita Lee e da banda 2ois (sensacional!), após horas de atraso. A estação da Luz, tomado de rockeiros que foram "forçados" a ouvir música clássica, foi uma das cenas íconicas do evento pra mim. Claro que o Sepultura fez o favor de "acalentar" os ouvidos cedentos por barulho. O mix cultural, a diversidade, o respeito as diferenças. Talvez seja esse o intuito da Virada Cultural. Ou talvez tenha sido só a minha visão esperançosa.

E em meio a beleza e caos, o belo e feio, a alegria e algumas tristezas, a 7ª Virada Cultural só confirma ainda mais o verdadeiro mosaíco que é a cidade de São Paulo. Complicada e nada perfeitinha, mas que ainda guarda algo de bom.
Ano que vem tem mais!
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