4 de novembro de 2011

Cama Quente / Cerveja Gelada

Era só mais uma noite fria....

São Paulo é mesmo uma cidade muito doida. Da Augusta a Paulista você vê o resumo do que é o mundo. E ele é mesmo muito doido. Pra que ser normal em meio a tudo?(!)

Ele só estava querendo uma cerveja gelada. Brahma. Morava na Zona Leste, mas se sentia da Zona Oeste. Ao avistar aquela garota estranha para aquele mundo doido, pensou que não era ele o único "anormal" em meio ao caos.

Vestido xadrex bem apertado. All Star (já ganhou ele pela cor, mesmo que o seu). Ela bebia vinho. Só isso. O cigarro havia acabado já. E entre o álcool e o trago, escolhia sempre o mais fácil.

Ela era da Zona Oeste, mas se sentia de Vênus. Estudava o curso que os pais a forçaram não gostar. Frustada na vida acadêmica, mas ganhava uma grana preta. Mas não aparentava. Gente boa, os dois já se identificaram por acharem aquele livro do Luís Fernando Veríssimo, um clássico (era aquele que tinha uma caricatura dele - quase todos).


Concordaram que era um gênio. Concordaram que o melhor disco era o primeiro dos Raimundos (Cesta Básica? - se perguntavam). Discordaram feio quando o assunto era o melhor goleiro do Brasil. Marcos ou Tafarel? Sim, ela gostava de futebol. Torcia fanaticamente pela Portuguesa. Foi zuada claro. Ele era só mais um palmeirense tranquilo.

Quando falaram de política, logo concordaram em não conversar sobre isso. =S

De repente uma briga no bar. Os dois correm pra fora sem problemas. Resolvem curtir a noite estrelada daquela puta noite fria. O vinho estava acabando, ela resolveu "apelar" pra cerveja mesmo. E quando foram ver, já estavam na Avenida Paulista...em frente ao Masp. E foi ali, que rolou o primeiro beijo.

Parecia já previsto aquele momento, mas nenhum dos dois esperavam algo tão intenso.

Mas resolveram curtir o resto da noite em um buteco na Frei Caneca. O dia já estava amanhecendo quando houve o segundo, terceiro. Mais empolgados. E tinham que ir embora. Ainda era quarta-feira.

Não trocaram telefones, nem e-mail. Ela não tinha Facebook. Ele não tinha Twitter.

Mas foi num sábado a tarde, na rua dos Pinheiros, que se encontraram novamente. Che Guevara foi o assunto em pauta regado a muito vinho. Alguns amigos de ambos os lados. Dessa vez, a noite foi tão longa quanto a primeira. E as peças do quebra-cabeça foram encaixadas.

E como se houvesse sido dado um pause em tudo aquilo, o resto da história é desnecessária ser contada aqui. O que importa, o sentimento, é algo que passa e sempre volta..seja na cama quente ou na cerveja gelada.



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