31 de julho de 2012

Sonho e silêncio

Nada como o som de uma doce canção na madrugada. O som do violão, as palavras que se encaixam de forma perfeita.
Mudanças...dinâmicas...variações...inspirações.
Assim como uma bela canção, a vida pode, na próxima estrofe, na próxima passagem, nos mostrar o que realmente valha a pena.
Não é preciso descartar a anterior. As mesmas notas, apenas uma outra melodia. A mesma partitura, apenas compondo da forma correta.
De onde vem essa inspiração? Não sei dizer. Só sei que fica muito fácil...e os dedos no teclado parecem já saber o caminho que o meu pensamento deseja.
É meio instantâneo...um piloto automático que nem sempre combina da forma correta os comandos...mas também, dá um desconto, são 02:10 da madrugada de uma terça-feira.
O sono do dia parece que foi embora por uma forma misteriosa, que desconhece o poder que tem. Recordo que nem sempre foi fácil desse jeito...às vezes a mão não vai, as palavras fogem.
E a canção vai acabando...repeat? Melhor não...as paixões só são intensas quando vivemos elas apenas uma vez...assim como o primeiro acorde de uma triste canção de ninar...o piano parece que ecoa dentro dos ouvidos até a ponta dos dedos.
02:25...cadê o sono? Amanhã o dia será longo.
Mas será que ficaremos satisfeitos com o resultado dessas palavras sem sentido?
Não sei dizer, só sei que é libertador libertar o que já há tempos foi embora. Talvez seja pela habilidade estranha de se apegar de forma intensa.....só mais uma música....só mais uma palavra....stand-up...sempre algo pra mandar embora.
Mando agora embora o silêncio da madrugada...melhor deixar ele aqui comigo...já que não tenho um cachorro, preciso de um fiel companheiro.
Não tem jeito, prefiro o dedilhar do violão...e apago o antigo arranjo, já estava desgastado...mais do mesmo...melhor tentar compor algo mais seguro...nada efêmero.
Penso, relembro, esqueço, apago, reescrevo e me jogo novamente. Cidade dos Anjos? Lá vou eu de novo subindo mais uma arranha-céu.
Prepotente, sem nenhuma modéstia...humildade apenas em reconhecer que não tenho mais medo.
Estou aqui, a vida é curta e talvez amanhã não esteja aqui pra reler essas palavras confusas e tão certas.
Até mudei a dinâmica dessa vez.
Tentando ousar na maneira de levar a mesma banda pra algum lugar.
"Just Like A Pill" - e é isso que penso toda vez que vejo...uma chance, um recomeço...de novo, qual o medo? Esse já é velho conhecido...e é dos amigos que me aproximo nesse momento.
Plenitude...temporário...e de novo...o silêncio...
Afinal de contas, se tudo foi passageiro, dessa vez não deva ser diferente...essa é nossa vida, certo? "Vamos viver, temos muito ainda por fazer, não olhe pra trás..." - são palavras que já sei de cor e salteado....qual o medo?
Tô ai pra o que vir além do horizonte...frases piegas e clichês ao monte.
Fecho só agora, 02:38...comparando meu pequeno conto caótico com a trilha do seriado da história em quadrinhos...bem minha cara...adoro achar que alguém vai ler tudo isso.
E mais uma vez me lembra que a graça do circo é o acreditar...afinal de contas, sempre teremos um palhaço pra dar risada....vou dormir e sonhar um pouco com você agora.
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