O ano era 2001...Freguesia do Ó, São Paulo...um garoto de pouco mais de 14 anos prepara seu vídeo cassete...para gravar o show daquela banda que havia comprado o primeiro disco, Californication, a quase um ano.
Era tudo novo, era tudo barulhento. Era a puberdade em formato de música. Sonhos, vontades, viagens em notas que soavam como martelo no prego...e o inglês nem era mais barreira para a poesia que invadia o quarto e virava trilha sonora dos games rolando no PS1.
Não tinha idade pra ir ao Rio, muito menos dinheiro (não mudou muito...rs), mas estava se sentindo lá. Fato é que vendo hoje, alguns erros passaram totalmente despercebidos. E mesmo com o pai pedindo silêncio (era um domingo a noite, tinha aula no outro dia), grudou literalmente na TV para continuar gravando aquilo que no momento, era o show da sua vida.
A vibe, a energia, de uma banda e 250 mil pessoas que não estavam de verdade ali pra mudar o mundo...já que ficou já provado de que o mundo não está melhor por aquele e nem outros festivais pelo mundo. A utopia de repetir Woodstock ainda ficou só na vontade.
Pensava isso naquele dia. Que nada, só esperava ansioso a faixa 3 ao vivo. Ou talvez a última. Nem rolaria num show com tanta energia. E assim como todos os outros lá, ali, grudado na TV queria era sim se divertir e curtir um puta show de rock.
Pecado isso? Talvez...mas alguém ligou? Foi só mais um show de rock. História feita...
Ouça no talo...