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Infelizmente essa inclusão é só digital. É perceptível que falta muita no campo educacional e no campo financeiro. Mas percebe-se que isso é um mero detalhe quando existem movimentações festivas e alegre Facebook a fora.
Agora, apertando a ferida, porque não vemos essa movimentação quando tratamos de coisas sérias?
Faço já antes de mais nada mea culpa perante a questão. Só que me impressiona cada vez mais a postura hipocritamente correta que a minha geração tem diante das telas dos tablets, notebook, PCs e smartphones. Smartphones esses que às vezes (só às vezes tá pessoal?) são mais espertos que seus donos que vorazes consomem informação cada vez mais e mais descartável.
Me recusei a comentar as reações sobre a tragédia de Santa Maria. Me assustou o quanto a Idade Digital está cada vez mais cruel e ao mesmo tempo, tão cheia de mimimi (expressão essa desse mundo confuso). É preocupante ver o quão frio e efêmero é o resultado que tais passagens da nossa história tem sobre a sociedade.
Tudo muito rápido, tudo muito prático, tudo muito "03 minutos". Na outra semana, já se esqueciam os rostos, os sonhos perdidos. Mas não se esquece tão fácil a crueldade e a ignorância registrada nas timelines, logo acima dos "clipes" lek leks e BBBs da vida.
E ai, me segurei para não comentar sobre a visita da blogueira Yoani Sánchez. E toda essa volta sobre a atual situação que acompanhamos nas redes sociais é justamente para darmos dimensão a importância, que é totalmente descartada, que a internet, que as ferramentas disponíveis nela.
Ler um pouco sobre a história dessa cubana, de 37 anos, jornalista nascida em Havana, e que ficou mundialmente conhecida pelas críticas ao regime de Fidel Castro, e agora de seu irmão Raúl em seu blog, Geração Y, criado em 2007 e que hoje é traduzido para 15 idiomas, é inspirador. E ao mesmo tempo, entristece.
Em meio a teorias da conspiração e comentários estapafúrdios sobre a credibilidade de seu blog, o que mais inspira é o fato de que mesmo em meio as ameaças de um governo ditador, Yoani, que hoje é mundialmente conhecida pelo destaque que a revista Time lhe deu, colocando-a entre as 100 pessoas mais influentes de 2008, usa a mesma internet onde vemos tanta intolerância e tanto descaso com o próximo, para dar voz a um povo que vive a décadas oprimido e que antes de uma pequena ação, resolveu fazer algo.
O que entristece é o fato de que a liberdade não é valorizada. Me surpreendeu o fato de Yoani não poder acessar seu blog de casa...da sua própria casa! Me fez pensar que não é fácil mesmo ser diferente. E me entristece mais ainda os que mais se preocupam se o produto é made in USA ou não...realmente é isso que importa?
Realmente o que importa é como e para o que usamos nossa "vontade" de mostrar o que pensamos e queremos. Se o mundo online é o reflexo do mundo real, tem alguma coisa errada. Ou tudo, ou nada. Alguém vai apagar a luz quando sair? Eu acho que não...
