7 de agosto de 2013

Tragédia, games, cultura e benção

A ignorância é mesmo uma benção...
...cheguei a essa conclusão ontem, quando não quis acreditar na matéria que li relacionando uma foto de profile no Facebook a um crime tão bárbaro.

Como todos já sabem, a mídia sensacionalista se aproveita pra inventar motivos sem mesmo apurar dados. Mais perplexo pela tragédia que se assolou sobre a família Pesseghini é ler absurdos cada vez mais descabíveis em um caso que mostra o quão despreparada a nossa sociedade está.

Caso de jovens que passam por algum transtorno psicológico ou até mais problemas sociais, atacam e causam tragédias que são logo levada à mídia como parte de uma pseudo má influência e a violência inserida em games cada vez mais realistas. A nova geração que estará logo mais ai com PS4 e X-Box One mostra que sim, a realidade está cada vez mais impactante.

Só que a coisa é mais embaixo. Julgar que uma pessoa é violenta só porque jogas games relega quem ouve, assiste e lê conteúdos de gosto duvidoso ao mesmo limbo preconceituoso que causa tantos problemas na nossa atual sociedade.
A ignorância é mesmo uma benção?
Não é de se assustar que ao ler os comentários de matérias como a acima temos uma reação que beira a imbecilidade que me pergunto de onde vem tanta desinformação junta. E o pior, de ambos os lados...

E ainda pesquisando sobre o tema, me deparei com algo que me escapou nos últimos meses.

Tão absurdo quanto as tragédias "relacionadas" aos games, é ver que uma figura política, vulgo ministra da Cultura, sra. Marta Suplicy, pronunciar palavras que são de uma infelicidade sem igual e que só reflete o porque a pobreza cultura é tão grave quanto a pobreza capital no Brasil.
Alienação, ignorância...podem ser facilmente associadas a pessoas das baixas classes por falta de acesso a informação. Mas uma ministra da CULTURA tem obrigação de saber que hoje os games são sim, considerados formas modernas de arte.
Print do perfil do principal ''suspeito" de um crime bárbaro
Não falo isso por jogar games desde que me conheço por gente, nem por acompanhar a evolução da industria e ver que hoje o seu faturamento é maior que o dos estúdios de Hollywood. Nem por perceber que o desenvolvimento de tecnologias como Kinects, Wiis e Moves da vida vão ajudar no futuro pessoas como problemas de locomoção ou até mesmo tirar do sofá as crianças que hoje, ainda na infânciam apresentam problemas de obesidade. Nem falo pelos estudos já comprovados de que games ajudam no desenvolvimento cerebral trazendo agilidade no pensamento, análise lógica e muitos outros.

Além do fator diversão...mas cultura é o que hoje temos ai né ministra?

A ministra falou isso em Março desse ano quando questionada sobre a inclusão dos games no "Vale-Cultura", novo benefício do Governo para trabalhadores que concede R$ 50 para que possa ser utilizado em atividades culturais. Mas é claro que ela não quer incluir, pois pensa no povo e sabe que isso não dá pra comprar um game original no pais onde o preço dos games é abusivo e claro, não dá pra comprar um game novo.

Sim, só rindo pra acreditar nisso.

Acima de tudo, relacionar reações extremas aos games é o mesmo que relacionar a violência das torcidas ao futebol, as mortes nas periferias ao rap ou funk, a promiscuidade na juventude às novelas que expõe sexo no horário nobre. E muito raso, muito fácil e um grande absurdo. Além da irresponsabilidade...mas ai são outros 500.

Bônus: clique nesse link aqui e veja como com educação, classe e uma pitada de irônia é capaz dizer o maior CHUPA de todos os tempos. Isso porque gamers não são cultos.

Esse post foi inspirado após eu ler esse aqui no +youpix.
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