Você me olha com aquele olhar único, sem igual e parece que o mundo para. Aquele sorriso escapa no canto da boca e eu sei o que seus olhos me dizem. E o chamado é como um canto de sereia, que me leva cada vez pra mais perto de você. E sei que é inútil lutar...pois vou chegando cada vez mais próximos, até aquele momento de ficar vesgo olhando a ponto do seu nariz.
A respiração acompanhando o ritmo acelerado do meu coração...parece que o seu também está assim né? "Oi" - você me diz com o sorriso já um pouco maior. "Oi' - eu respondo com a voz um pouco tremula pela respiração já acelerada. Parece aquela cena daquele filme que você gosta. Fogos de artifício imaginários explodem a cada vez que nossos lábios se tocam. Seguro o seu rosto, bem gentil, e olho pra ele para que o meu cérebro grave cada traço, cada centímetro dessa pele gostosa que me encanta.
Você pega a minha mão, e me guia rumo a lugar nenhum. Me guia rumo a vida que sempre quis. Mas o mais engraçado, é saber que a vida que sempre quis já estava aqui antes. Você já estava aqui antes. De certa forma, em formato de sonho, em formato imaginário. E você continua me guiando...abre a porta bem calma e tranquila. Seu olhar ainda me chama, mas dessa vez, ele consegue ser traduzido em palavras. "Me abraça" - você pede com a voz de veludo que enebria meus sentidos.
E como aquela cerveja que o primeiro gole desce como se fosse néctar pela garganta após um dia de cão no trabalho, o seu corpo quente e frio ao mesmo tempo entrelaça-se no meu em um abraço tenro e carinhoso. O segundo pedido você faz de novo com os olhos, esse olhos. Mais do que janelas da sua alma, são salvação para um garoto que se lembra que pedia apenas para ser feliz em noites cinzentas pelas ruas da cidade.
Forma de felicidade que vem acompanhada de tanta gentileza, inteligência e porque não, chatice por sempre reclamar que eu abaixo a tampa do vazo. Pois é, você é estranha. E eu também sou.
Mais entranho ainda por achar que não mereço tudo isso. Ainda mais quando você pede pra jogar mais uma partida às 03 da madrugada de domingo. Ou uma última saideira em um sábado a noite, onde só estamos nós e os garçons no bar (nos xingando mentalmente..rs). Ou aquele domingo preguiçoso, na rede lá de casa, onde passaram-se mais de 04 horas em que estávamos falando sobre os desenhos das nuvens no céu.
Esfrego bem os olhos, me belisco e percebo que o universo ainda vai com a minha cara, já que entregou aos meus cuidados uma das mais belas estrelas que eles tinha lá em cima. Transformaram em gente e olha, que belo espécime você é. E você sempre dá risada. E esse sorriso me motiva a querer mais do mesmo de você sempre. E ai percebo, o universo é mesmo meu amigo.