Mas Se Enlouquecer, Não Se Apaixone é literalmente um filme sobre essas confusões, sobre enlouquecer. Sobre a pressão que sofremos em nossas vidas e como somos egoístas de certa forma em nossas necessidades/expectativas.
Craig (Keir Gilchrist) é um desses adolescentes modernos. E modernos, eu digo, que esquecem cedo o que é ser um adolescente e querem logo serem adultos. Ou são forçados a isso. Escola, família, amigos, ser o melhor sempre. Fato é que algumas pessoas lidam com as situações de maneiras diferentes e Craig foi um daqueles que ficou doente.
E antes que alguma merda acontecesse, ele procura ajuda médica para lidar com isso. Acaba sendo internado em um hospital psiquiátrico. E ao tomar essa atitude, salva não só a sua vida, mas como também vai afetar (e salvar) a vida de muitas outras.
Como falei, é um daqueles filmes que te puxam e você tem que assistir. E o assisti. E confesso que não esperava tanto. A temática pesada, de certa forma, se mistura a uma realidade mais pesada ainda. O filme é baseado no romance It's Kind of a Funny Story, que é o título original do filme. Escrito por Ned Vizzini, escritor renomado nos EUA e que cometeu suicídio aos 32 anos de idade. E não por coincidência, o livro acaba de se tornando semi-autobiográfico.
Mais do que um filme sobre enlouquecer em meio as pressões que a vida nos impõe, o roteiro, que acompanha a incursão de Craig no hospital, nos coloca em posição de reflexão sobre a nossa própria realidade.
Somos nós que de fato criamos nossos próprios problemas? Ou aumentamos eles? Ou damos uma importância maior do que realmente parecem?
Após ser guiado até Smitty (Jeremy Davies), o guia oficial do hospital para os novos pacientes e à Dra. Eden Minerva (Viola Davis), Craig, durante sua estada no hospital, vai ter como "mentor", Bobby (Zach Galifianakis). Não ficamos sabendo, até certo momento do filme, o porque que Bobby está ali e até passa uma certa sensação de que ele realmente não deveria estar ali. Mas muitas vezes, o que parece nunca é, certo? Também conhecemos Noelle (Emma Roberts), que, para o filme não sair muito do clichê, acaba por se tornar o interesse romântico do nosso protagonista.
Bom, como falei, o roteiro no guia pela incursão do garoto no hospital e conforme vamos acompanhando sua jornada de auto-conhecimento, vamos percebendo que muito dos nossos pensamentos negativos evoluem dessa maneira por muitas vezes guardamos eles pra nós mesmo. Isso fica claro durante o filme.
Como a nossa mente pode nos impor limites que muitas vezes, não existem. A vida é uma só e devemos de fato não termos medo das coisas darem errado. E essa jornada é feita de maneira bem leve e às vezes descontraída.
Achei a opção por lidar com um tema tão pesado dessa maneira bem acertada. Isso faz com que o filme funcione de maneira orgânica e fora alguns clichês e algumas resoluções rápidas, o filme não foge da proposta das lições que tenta passar.
Bom filme, que ensina acima de qualquer coisa, que devemos aproveitar as oportunidades que a vida nos dá...e que seja antes de enlouquecermos.
Avaliação do Alter Ego:
Trailer:
Ficha Técnica
Se Enlouquecer, Não se Apaixone (It's Kind of a Funny Story) - 2010 - 101 min. - EUA - Comédia Dramática
Direção: Anna Boden, Ryan Fleck
Roteiro: Anna Boden, Ryan Fleck (baseado no romance de Ned Vizzini)
Elenco: Keir Gilchrist, Zach Galifianakism, Emma Roberts, Jeremy Davies, Viola Davis, Lauren Graham, Zoë Kravitz
Site Oficial: http://www.itskindofafunnystorymovie.com/