19 de julho de 2016

Desventuras | Sobrescrevendo Memórias de Uma Trilha Acústica

Andar por essa avenida, em pleno domingo a tarde, com esse belo sol sobre a minha cabeça, me faz perceber que a vida passa mesmo muito rápido. Relembrar de coisas guardadas nas caixas encostadas no canto do quarto não faz mal quando o maior desafio, que é enfrentar a si mesmo, já foi vencido.

Então percebo que não é tão ruim aprender com coisas que já passaram. Sorrir, chorar, viver. São coisas que ainda bem que passaram por esses olhos, alma e coração. Mas assim como os carros pela avenida, os pensamentos e vem e vão em uma velocidade bem considerável, diga-se de passagem.

Li em algum lugar nessa semana que o cérebro é realmente um super-computador. Não duvido disso nenhum pouco. Ainda mais quando os estímulos dessa avenida, com carros passam a uma velocidade considerável, ciclista querendo uma vida saudável, seguranças rezando para não entrarem em ação...tudo isso me traz um memória, uma lembrança.

Então percebo que não é tão ruim reviver algumas coisas assim. Comer, rezar, amar. (nunca vi esse filme, é bom?). São coisas que ainda bem que se reuniram nesse que vos escreve. Destino, vontade, coincidência? Não importa o motivo, o resultado é sempre o mais importante da equação.

A avenida termina, me lembro do momento de ruptura e das perguntas do porque um dia me juntei a alguns amigos, colegas, parceiros de crime e mulheres. Me pergunto porque um dia me permiti sofrer. Me pergunto porque um dia me permiti amar. Me pergunto porque um dia permiti fazer promessas que nunca seriam completas.

O posto está vazio, para um domingo...me lembro que é hora de jogo. Meu time joga...é clássico. Os funcionários dão risadas de algum cliente engraçado que passou...ou pode ser de mim, com a cara de "reflitão" que sei que estou transmitindo nesse momento. Não ligo. Assim como me lembro que não deveria ligar para o que já passei, para o que não terei como desfazer.

Valeu a pena sofrer. valeu a pena conhecer cada alma, cada coração, até mesmo os mais mentirosos. Como diz aquele tirinha, a culpa não é minha de ser legal...e o cappuccino chega na mesa sem a pressão que a sua própria fonte já exercera sobre ele. Compartilho então dessas "libertações" em cada gole, onde a ajuda se torna mútua.

Lembro da matéria que li sobre o super-computador, lembro da música da Alanis sobre cappuccino, lembro que preciso mudar o foco ao lembrar de cada coisa. Não é fácil, mas ver o lado bom das coisas (ou da vida) é sempre mais necessário do que desistir de si mesmo.

Dessa forma então, assim como administrar aquele velho HD, vou transferindo os arquivos que precisam ser guardados. Pastas com lições, aptidões e porque não, as correções necessárias que foram feitas durante o caminho.

Aos arquivos que restam, pensamentos que pensam que seriam bons, mas na verdade, causaram o clássico "pés pela cabeça". De proposito? Não, foram ações que tomei, esperanças que criei, sonhos que sonhei. Tiro que saiu pela culatra, mas se ainda estou vivo, quer dizer que os sonhos e esperanças que ficaram ainda valem de algo.

Certo? Não espero por respostas fáceis mais. As princesas não são mais familiares e eu não espero mais felicidades efêmeras. Me perdoe a ironia, mas aqueles pensamentos tortos não mais fazem parte desse coração que ainda pulsa mesmo aos trancos e barrancos.

E depois de mais carros, mais seguranças e agora a lua, que ilumina essa avenida escura e o meu caminho de volta. Mudando de "rei da dor" para "príncipe da alegria", o status na rede social nem sempre vai ter a magnitude do valor de um sorriso, ou até mesmo de uma lágrima.

Mas você já deve saber a essa altura né? Que nenhum sentimento negativo é mais convidado a entrar nesse espaço que chamo de felicidade. Tudo vai durar para sempre? É claro que não...e ainda bem, pois tudo o que se mantém seguro demais, traz confiança. E se tem uma coisa que não é certa nessa vida, é que estamos sempre seguros.

Amanhã vou caminhar até a padaria da esquina...



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