E falta tempo para respirar, espreitar e até mesmo espalhar mais algumas palavras por esse branco que me provoca. Mas parece que não há tempo para isso agora. E entre escolher fazer e não fazer, escolho fazer um pouco de cada muito que tenho...e o tempo, parece que falta tempo com tanto tempo.
24 horas parece pouco, mas só se passaram duas horas. Cheguei às 10hs, não é nem meio-dia e acordei eram 06hs. Mas dormi mais um pouco, 08:30, atrasado agora. Mas não só eu, também o ônibus. E o sono, e o trânsito. Engordo porque não sobra tempo e me perco emagrecendo o meu intelecto.
Não consigo ler o livro, mas vivo lendo posts sem sentido naquela rede que curto. Mas porque eles são sem sentido? Qual o sentido de continuar lendo. E cada vez mais rápido digito esse texto, pois as palavras parecem correr.
Sim, parece que lá dentro, aqui dentro, não há tempo...mas ai paro, respiro...reticências. Ponto, vírgula, me levanto, pego a taça, pego a cerveja, e preencho o vazio de um copo que me aguarda há tempos. Assim como preencho o tempo com conhecimento. Vazio, efêmero, eterno, passageiro, necessário, obrigatório, de bom grado, forçado, emprestado...recém-criado.
E aprendo mais uma vez que o tempo, mano velho, é legal. Me traz a alvorada, as madrugadas e as tardes preguiçosas que insistem em terminar. Me traz o corpo quente que me enebria de prazer. Me traz a certeza de que o sorriso do meu filhote ei de ver.
É, falta tempo, mas gastar ele me prova que estar vivo ainda é o que traz sentido. Então gasto tempo, lendo, aprendendo, vejo, observando, falando, em silêncio, rezando, agradecendo e pedindo ao tempo só um pouco mais de tempo enquanto ele vem de encontro ao que de melhor tempo.
A cerveja está no copo, em alguns goles, esvazei o copo, esvazei a mente, transformei em palavras essa corrida contra o tempo...mas cansei há tempo das disputas. E da melhor forma, brindo essa nova união entre corpo, mente e o tempo...enquanto é tempo.