18 de setembro de 2010

A Origem

Christopher Nolan pausa Batman para fazer um dos melhores filmes da década.

Em uma época em que Hollywood sofre de uma "crise" de criatividade, são poucas as idéias originais que surpreendem e agradam. Muitas vezes ou é uma coisa ou outra. Entendo, na minha ignorância cinematográfica, que ao entrarmos naquela sala escura, devemos ser lançados à um mundo totalmente mágico, no sentido mais literal da palavra, para que possamos ai sim dizer que foi feito ali cinema de qualidade.

Christopher Nolan (muitas vezes junto de seu irmão Jonathan), provou em filmes como Amnésia (Memento, 2000) que não seria somente mais uma das várias promessas que surgiram em Hollywood. E ao resgatar o prestígio de uma das maiores figuras do mundo dos quadrinhos, provou que até o Homem-Morcego pode surpreender quando bem guiado. E fazendo pausa na "mina de ouro" que ele mesmo criou, começou a dedicar-se a um roteiro original escrito pelo mesmo e que teria também sua direção. Esse projeto é esse filmaço chamado A Origem (Inception, 2010).

Na história acompanhamos Dom Cobb (Leonardo DiCaprio), especialista que utiliza um híbrido de sedativos e tecnológia para atráves dos sonhos de seus alvos, extrair informações valiosas para seus clientes. Junto com seu parceiro Arthur (um surpreendente Joseph Gordon-Levitt), utiliza sua habilidade para "manipular" o subconsciente e conseguir seu objetivo. Mas em uma dessas "missões", seu segredo é descoberto pelo alvo em questão, o empressário Saito (Ken Watanabe) que resolve então contratar Cobb para uma tarefa que poderá lhe dar o que mais deseja: a chance de rever seus filhos. Fugido dos EUA, após ser acusado da morte de sua esposa Mal (Marion Cotillard).

A tarefa não é nada simples: inserir na mente do empressário Robert Fischer (Cillian Murphy) a idéia de livrar-se do império construído por seu pai, esse, concorrente de Saito. Tendo Cobb essa oportunidade única de voltar pra casa, junto de Arthur, recruta a arquiteta Ariadne (Ellen Page, linda), o falsificador Eames (Tom Hardy) e o fabricador Yusuf (Dillep Rao). Juntos, devem sequestrar o empressário e durante a indução de sono, inserir a idéia. Para isso, precisam descer três níveis no subconsciente de Fischer para que tenham sucesso.

O enredo intricado e complexo (ok, um pouco confuso) joga o espectador em uma viagem pela fronteira entre o consciente e o inconsciente, realidade e sonhos, onde um detalhe faz toda a diferença na compreensão da história. O "charme" Matrix faz com que as comparações sejam inevitáveis, mas o estilo de Nolan, impresso em cada segundo da película, e a trilha sensacional de Hanz Zimer, logo faz essa idéia ir embora. O mix entre história de assalto (com cenas de ação impressionantes!) e o romance (com belissímas cenas dramáticas) prende e aguça a curiosidade fazendo com que os 148 minutos de exibição passem desapercebidos.

Toda a repercussão do filme pode gerar uma possível continuação (algo que acho muito pouco próvavel) pelo final que pede atenção total. Na minha opinião, é um dos melhores filmes do ano, por esse equilíbrio muito bem orquestrado por Nolan. As atuações acima da média, aumentam ainda mais o nível e Christopher Nolan comprova o porque é a bola da vez em Hollywood.

Ficha Técnica
A Origem (Inception - EUA / Reino Unido , 2010) - 148 min. - Ficção científica / Suspense
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Christopher Nolan
Elenco: Leonardo DiCaprio, Ellen Page, Joseph Gordon-Levitt, Marion Cotillard, Ken Watanabe, Tom Hardy, Cillian Murphy, Tom Berenger, Dileep Rao, Michael Caine
Site Oficial: http://inceptionmovie.warnerbros.com/
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