Coincidentemente a Veja dessa semana (ou da semana passada), tem na matéria da capa algo relacionado.
12-06-2009
Acho que descobri finalmente o porque tanto mentimos.
É o medo que nos faz isso. O medo do inesperado, o medo de ficar sozinho, o medo de não agradar os "amigos". Desde que nascemos, somos reféns desse sentimento que nos afasta do mundo. Atualmente buscamos refúgios nos perfis de Orkut, Twitter e afinspara mostrar para nós mesmos o quanto somos bacanas.
"Sim, eu tenho mais amigos que você." - é o que alguém digita no seu quarto escuro e abafado numa sexta-feira a noite enquanto seus outros 300 "amigos" estão na balada, com os namorados e namoradas, com a família, tentando viver uma vida real, onde o sofrimento sim existe, mas é ele que nos faz crescer e aprender a dar valor as coisas boas e sinceras da vida.
Mas o medo da verdade por muitas vezes nos acovarda e diante da necessidade de ser aceito, mentimos, omitimos, enganamos a nós mesmos. E sempre fica a falsa sensação do vazio que um abraço verdadeiro preencheria sem muito esforço. Que um ombro amigo, longe do msn, serviria de bom grado.
Acho que descobri finalmente o porque tanto fugimos.
Temos medo de nos apaixonar, pois a paixão é algo sem controle, intangível e é intocável. É o ar que perdemos na emoção do momento. O orgasmo que nunca vem quando mais precisamos. Sentimento retraído que sufoca e nos deixa com mais medo.
Agora o medo é de ficar sozinho. Acabo de "add" mais 200 amigos para acompanharem o meu Twitter. "Fui ao banheiro e não tinha papel higiênico." - é o que leio as 03:00hs da manhã no link que recebi 10 vezes no meu e-mail.
É triste saber o quão importante é o papel higiênico para a minha geração. Imagino se em Woodstock a galera pensava nisso...
A liberdade dos dias atuais oprime mais do que imaginamos. E nos iludimos achando que somos livres.