3 de setembro de 2009

Falsa postura?

Não sei onde foi que ouvi (acho que foi no Fantástico) uma matéria dizendo que o jovem de hoje é conservador. Vamos por partes.

O jovem por natureza é questionador. Questiona o seu lugar na sociedade, o seu lugar na família, o seu lugar na política. Vejo a geração atual (metade da minha e total da que segui) uma falta de personalidade. Talvez seja por isso que Kurt Cobain tenha sido o último "rebelde" não só da história da música.

As tecnológias deveriam fazer com que a juventude pudesse facilitar a vida. Não substitur a vida.

O papel do jovem é inexistente hoje. Vendo matérias como essa, de que o jovem está mais conservador, fico chateado. Saber que todas as questões que a "geração Kurt Cobain", que a "geração John Lennon", que a "geração Woodstock", que a "geração Mutantes" tiveram, foram resumidas a milhões de "profiles". Ao invés de sairem as ruas, os jovens se organizam em conferências pelo MSN. E quando explodem protestos - muitos raros - a comoção é tamanha que o que assusta não é o motivo da reinvidicação, mas o espanto que os falso puristas sentem.

É simplismente ridícula a falsa postura que as pessoas tomam hoje em dia. É tão fácil usar a internet para movimentos como a campanha viral do atual presidente Barack Obama. Para mim, a internet é só um grande ponto de encontro. Como a escola, lembra? Como os botecos da avenida Paulista. A sinuca na periferia. A cerveja, o ar gelado de Sampa, ouvir um sonzinho bacana. Ver e conhecer pessoas como elas são de verdade, não atráves de "fakes" e fotos mexidas no "Photoshop".

Me pergunto o que será necessário para que a galera de hoje se mexa? Serão necessários quantos Word Trade Centes no chão para que as pessoas se lembrem que o mundo real está do lado de cá do monitor? Serão necessários quantos "atos secretos" para que as pessoas lotem o Congresso Nacional? Serão necessários quantas ditaduras, quantas guerras, quantas mortes, quanta fome para que o mundo acorde?

A falsa felicidade dos dias atuais está acabando conosco. Não tenho tempo para fazer o que gostamos, e quando o gostar de hoje é diretamente vinculado ao que bomba nas redes sociais (Twitter, Orkut, Facebook).

O que nos resta é entrar na onda. E quem sabe "resgatar" os alienados da nossa geração, mostrando que o passado imaginava um futuro diferente. Pode parece balelá, mas só depende de nós.

Enquanto isso...o mundo vai pro ralo.
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