A formação clássica dos Titãs no anos 80 |
Primeiro vamos a um fato tão certo como o azul do céu: eu nasci na época errada. No boom do rock nacional, eu ainda era esperma. E nasci um ano depois do único Rock In Rio de verdade que tivemos! Ditadura, rock n' roll, estudantes nas ruas...e eu querendo engatinhar? Bom, engano temporal a parte, sou filho dessa geração que mais que divertir, vinha para acordar a sociedade que, mesmo muito menos acomodada que a de hoje, precisava de uma pancada sonora pra ver que a mudança era possível.
O Titãs sempre foi voz presente e ativa nessa época que seria uma marco na história da música brasileira. E com as saídas de Arnaldo Antunes, Nando Reis e a morte trágica de Marcelo Frommer, a banda precisou provar o seu tamanho diante de tantas adversidades. Sempre com muito talento e sinceridade no seu som, Os Titãs serão sempre lembrados como uma das maiores bandas que já existiram nesse país.
Os motivos pessoais de Charles com certeza serão conhecidos, pois a banda sempre presou pela transparência, com o seu público e consigo mesma. Mário Fabre, que assume as baquetas na turnê do mais recente (e bacana) álbum de estúdio, 12º do grupo, que de oito caras (Arnaldo, Sérgio, Marcelo, Tony, Nando, Paulo, Branco e Charles), sobra um quarteto que ainda tem sim muito a oferecer.
Você quer ser meu miguxo? ='( |
Bandas como Titãs, Paralamas, Biquini Cavadão, Engenheiros do Hawaii, Capital Inicial (que virou pop total!) e Barão Vermelho são o que restam daquela época aurea, que se estendeu ao princípio dos anos 90 com Raimundos, Charlie Brown Jr. e Planet Hemp e O Rappa. Época em que banda tinham algo a dizer, e mesmo que fosse pra zuar, que o fizessem com contéudo e atitude. E que se fosse pop/rock, que tivesse a qualidade de bandas como Skank, Pato Fu e até Jota Quest. Ou se jogava logo pra fora com o Sepultura!
Desde o surgimento dos Detonautas e Pitty, últimas bandas decentes a surgirem no cenário musical, o que vemos é um emaranhado de banda que cópiam descaradamente umas as outras. Gritos, cabelos arrumadinhos, maquiagem forçada, atitude de botique. Nada que chegue perto daquela época em que o respeito era mais importante do que a fama. Talvez não. Mas fato é que o atual rock nacional, não existem em bandas como Cine, Fresno e cia ltda. O rock nacional, se existe tal coisa ainda hoje, vive nos anos 80. Vive na Legião Urbana. Vive em Raul Seixas. E até mesmo, em um Roberto Carlos em ínicio de Jovem Guarda!
A salvação está no underground? |
Infelizmente a saída de Charles Gavin, que já tocou também no Ira! e RPM (que acabaram) coincide com um momento delicado do rock brazuca. Um momento talvez de perceber que não é cantando sertanejo (que tá virando pop!) em andamento mais rápido e chorando, que as coisas vão mudar. Pois é para isso que o rock existe. Questionar, polemizar, apontar e agitar as estruturas. Como foi feito durante os anos 80. Talvez a acomodação moderna faça com que o rock de hoje tome rumos como esse, em que é mais importante falar de dores de corno, do que da corrupção em Brasília.
Ou talvez não seja nada disso...ou é tudo isso?
"Eu prefiro ser essa metamorfose..." |
Caramba eu amei esse post
ResponderExcluirmuito muito bom!
amei
parabens
e concordo com você que agora ta sendo mais importante falar de dores de corno do que a politica corrupta de brasilia !
Parabens! ;D
by: dani