10 de setembro de 2010

Retornar é preciso...

...se não eu ficarei mais louco do que já estou?

Pra onde ir? hahahahaha
2010 está sendo um ano divisor de águas para mim. Família, amigos, carreira, gostos, desgostos, alegrias, tristezas, saudades, desprezos. O turbilhão de sentimentos ainda sobresalente da minha adolescência parece que foi canalizado para os últimos 9 meses e agora...bom, e agora?

Agora, as respostas não mais vem de forma fácil e a vida adulta tomou conta e já era. E após o meu segundo dia dos pais, resolvi voltar a ativa no Desventuras, afinal de contas, tanta coisa aconteceu, e relembrando aventuras (e desventuras?) desse ano que nem ainda terminou, sei que nada mais será o mesmo. Afinal de contas, tudo muda de novo e já mudou de novo.

Peço desculpas a quem acompanha. Estou me sentindo totalmente perdido sem internet em casa. Filmes que não vi, livros que não li, músicas que não ouvi. E é engraçada a minha contradição pois em casa, não sinto muita falta. A arte da adaptação é algo que o ser humano faz de melhor não é? E essa mistura de sentimentos, essa contradição tão bela, se faz presente na minha vida nesse momento. Um momento em que tudo parece flutuar ao meu redor. E assim como um surfista, espero a onda certa pra dropar. Onde ela vai me levar? É uma das questões que não quero mais tentar responder, e nem perder tempo buscando por respostas. Elas são inúteis agora.

O melhor de tudo é saber que não piro mais com coisas que antes eram tão importantes. A ordem dos fatores está sim afetando o produto. As prioridades são outras. Minha vida é outra. O meu umbigo não é mais o único que deve ser observado e cuidado.

Depois do nascimento do meu filhote, aprendi que nada na vida acontece em vão, certo? São 6 anos entre o falecimento do meu pai e o nascimento do meu filho, e parece que daqui a 20 anos vai ser só disso que vou me lembrar. Não desprezando claro tudo o que aconteceu. Os amigos que ganhei nesse intervalo, são daqueles que levarei para o resto da vida. Se vocês estão lendo isso, saibam que vocês foram essênciais. Os amigos que perdi, só provam que amizades sem uma base solída, são tão efêmeras quanto a moda emo que nos assola hoje em dia. Afinal de contas, as verdadeiras sobrevivem independente de distância, tempo, diferenças e etc e tal.

E assim como a moda, pode ser que daqui a 9 meses eu renasça de novo. Afinal de contas, ser uma metamorfose ambulante é o que nos mantem vivos. É o que faz um sorriso, uma palavra, um olhar, valer a pena. Infelizmente é a dor que nos faz lembrar que estamos vivos. E admito que nunca estarei pronto para a próxima queda.

Fato é que a vida está me deixando cada vez mais prático. Frio talvez para algumas coisas que antes cuidava com todo o calor do mundo. Coisas que antes eram certas, hoje não são nada. E essa quebra de dogmas está fazendo com que a vida tenha um outro horizonte. Pensei em jogar tudo pro alto, mas seria muito fácil. Legal é ir em frente e sei hoje quem tá do meu lado.

Ao ver meu filho, tenho a certeza de que a cada sorriso dele, minha vida começa de novo. A cada encontro com meus amigos, sei que estou bem acompanhado. Cada vez que chego em casa, sei que tenho um porto seguro perante a loucura da rotina. A cada show, a cada ensaio, descarrego tudo de ruim que absorvi. E com esse post, reativo o Desventuras assim como acordo de um período de sono. Sonhos e pesadelos se foram. E digo pra mim mesmo: "Bem-vindo ao mundo real!".
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