26 de janeiro de 2011

Unidade Imaginária - Madalena



Todo dia ela acorda
E ja não realmente importa
Se agora é a faculdade
O que antes era a escola

Continua sendo sempre
A mesma coisa o mesmo dia
Mesmo agora que ela dirige
O carro que o motorista dirigia

E se por descaso ou por faltas
As notas não vão bem
Em casa não faz diferença
Ninguém espera que ela vá mais além

Madalena não entende
Esse vazio tão cheio
A agonia da falta de não ter
E ela não sente
Não entende o seu presente
Não quer aquilo que não pode escolher

Sua mãe sempre ocupada
Só encontra Madalena
Quando vão fazer as unhas
Ou o cabelo no salão

E o pai acha que se ela
Tivesse nascido homem
O estudo importaria
Bem mais do que a boa educação

E a empregada acha estranho
sua maneira de conversar
Mas sabe que é só com ela
Que a menina é sincera ao falar

Madalena não entende
Esse vazio tão cheio
A agonia da falta de não ter
E ela não sente
Não entende o seu presente
Não quer aquilo que não pode escolher

No fim de semana quando ela sai
Ela procura coisas novas
Novas drogas, novos homens
Pra tentar se fazer sentir

E quando é quase de manhã
E ela volta pra casa
Não há nada além de lágrimas
Não há palavras pra exprimir

Então ela chora, chora e tenta
Entender o que acontece
Mas Madalena não entende
Não entende...

Madalena não entende
Esse vazio tão cheio
A agonia da falta de não ter
E ela não sente
Não entende o seu presente
Não quer aquilo que não pode escolher
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