25 de fevereiro de 2016

Deadpool

Me lembro como se fosse ontem...
(e na verdade até reprisou em algum canal esses dias ai)...quando vi o que fizeram com o Deadpool naquele filme de origem do Wolverine. Até o próprio Ryan Reynolds admitiu a merda que havia feito e desde então, meio que em uma missão pessoal, resolveu se redimir do seu erro.

Redenção também para um estúdio que, com o tamanho que a Fox tem, não poderia mais errar com alguns dos maiores personagens já criados no mundo dos quadrinhos e da cultura pop em geral. E eis que parece que finalmente, um acerto em cheio no que se diz respeito a adaptação fiel de um personagem que toma conta.

A de se dar claro, crédito ao próprio Reynolds. Ele não só admitiu a "cagada" que foi aquela versão do personagem no filme do Wolverine, como também, correu (literalmente) atrás como produtor e interprete de Wade Wilson, afim de mostrar que ele poderia sim ser uma versão que respeitasse sua versão em quadrinhos.
E olha, ao sair da sala de cinema, só me veio uma frase na cabeça: PUTA QUE PARIU, ELES CONSEGUIRAM!

Sim, fato que a direção de Tim Miller, que lá em 2013 colocou a Fox na maior sinuca de bico que ela poderia estar, e não haveria outra resposta que não fosse o SIM, E boa parte do sucesso desse filme é culpa dele. Entende-se também que a sua experiência como artista de efeitos visuais em Scott Pilgrim Contra o Mundo (2010) (que me veio na cabeça ao final do filme, por ser uma adaptação de HQ tão bacana quanto essa) o ajudou em muito a "guiar" um filme com um personagem tão icônico.

E Deadpool (2016) entra com maestria boa parte do que a sua parte em quadrinhos entrega. O humor ácido e as cenas de ações sem censuras (o que explica a classificação de 18 anos - 16 aqui no Brasil - nos EUA) marcam presença durante todo o filme...e isso com certeza traz um "Q" a mais para o filme.

A história, que foi escrita pela dupla Rhett Reese e Paul Wernick, do excelente Zumbilândia, é a clássica história de origem de super-herói...ou anti-herói por assim dizer e de fato não faz mais do que a mescla entre o fan service um bom guia para quem não conhecia as origens do personagem.
Quando Wade Wilson (Reynolds incorporando o que talvez seja o personagem de sua carreira), ex-Forças Especiais e mercenário "do bem" descobre que tem um câncer terminal, resolve ceder ao convite de uma organização clandestina que promete curá-lo e lhe conceder algo a mais.

Tudo isso após perceber que não queria abandonar o amor da sua vida, a garota de programa Vanessa Carlysle (a brasileira Morena Baccarin, cada vez mais enraizada e mandando bem em Hollywood) e que valeria a pena o esforço.

Claro que as coisas acabam dando errado e à partir daí, Wilson se vê em meio a uma vingança contra aquele que arruinou a sua vida, Ajax (Ed Skrein, que convence como vilão) e sua "parceira" Angel Dust (Gina Carano, que é...tá ali). Claro que nesse meio tempo, ele tenta reconquistar o amor perdido e com a "ajuda" seu amigo Weasel (T.J. Miller, que já vi por ai em outros filmes e sempre faz o bom coadjuvante) e de dois X-Men, Colossus (Stefan Kapicic, que só faz o básico) e Negasonic Teenage Warhead (Brianna Hildebrand, que tem aquele jeito de que vai mandar muito bem nos próximos filmes), o filme segue essa toada de vingança e a busca pelo herói interior.
Em um filme normal, isso soaria totalmente lugar comum e talvez não funcionaria. Mas o entrosamento da equipe desse filme é algo que afeta a quem assiste. É tudo bem fluído, sem engasgos ou cenas desnecessárias. Tudo é sincronizado para que a entrega de um filme divertido, mas que não deixa de apresentar um personagem tão forte e marcante, é tão bem feita que lamentei pela duração do filme. E claro, o cara do filme, como já falei é Ryan Reynolds que se tornou tão Deadpool quanto Hugh Jackman se tornou Wolverine.

Entre piadas, referências (Senhor dos Anéis, Matrix, Rei Leão, X-Men, Lanterna Verde e muitas, muitas outras), cenas de ação fantásticas e uma adaptação que se não 100%, entrega mais do que geralmente os filmes de herói entregam, Deadpool consegue não só quebrar a tão comentada 4ª parede (material bacana aqui do Judão), mas também o medo de uma produtora que percebeu que não, não é preciso transformar adaptações de quadrinhos em algo idiota, infantilizado e sem sentido. Prova-se com esse filme que sim, quadrinhos podem, devem e querer ser algo consumido por adultos.

Cada público com o seu personagem fofinho e Deadpool, por não ser nada fofinho, é o que precisamos nesse momento em que muitos falam que o nicho de super-heróis no cinema está saturado. Para esses eu digo: VÃO A MERDA!
E que venham mais adaptações corajosas e fiéis a suas origens. Pow, a Marvel já fez isso, a DC vai fazer e eu quero é mais!

Sem me esquecer de uma coisa: trilha sonora bacana hein? Agora é só esperar pelo segundo filme e por mais cenas fodas e muitas risadas.
(Excelente)

Trailer


Ficha Técnica
Deadpool - 2016 - 108 min. - EUA/Canadá - Ação/Aventura/Comédia
Direção: Tim Miller
Roteiro: Rhett Reese, Paul Wernick
Elenco: Ryan Reynolds, Morena Baccarin, Ed Skrein, T.J. Miller, Gina Carano, Brianna Hildebrand, Stefan Kapicic
Site Oficial: http://www.foxmovies.com/movies/deadpool



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