30 de março de 2016

Batman vs Superman: A Origem da Justiça

Esperar por um filme durante muito tempo, pode ser algo perigoso quando a ansiedade e “visões” sobre ele podem te fazer duvidar se aquilo que está finalmente vendo, é bom ou não.

E são poucos os que causam essa reação de dúvida e/ou descrença com relação ao que se assiste. Ainda mais, quando é baseado em uma história tão famosa ou em personagens tão icônicos.

Batman vs Superman (2016) é a visão que o diretor Zack Snyder tem de um filme que está sendo aguardado há tempos. E o caminho até aqui, todos sabem, não foi dos mais fáceis. Desde a “aceitação” de uma nova visão do Superman, em O Homem de Aço que foi corajosa ao mostrar um Superman mais humano do que se espera e que vive sim um conflito entre o ser humano e ser extraterrestre, entre ser herói ou vilão.
A cena final do filme do kriptoniano é o ponto de partida de BvS, mas do ponto de vista de um singelo jovem senhor chamado Bruce Wayne, que não só se torna vítima indireta da destruição em consequência da batalha, como junto com o público levanta a questão: até onde é seguro confiar a segurança do mundo em um ser que é que um deus?

E à partir daí, não só a opinião pública é coloca em evidência, como também os conflitos e interesses que entrelaçam o mote principal do filme que apesar do seu título, não é a luta entre os gigantes da DC. Sim, Batman vs Superman vem para concretizar a máxima que nos diz que quadrinhos (ou HQ pros íntimos) não são apenas para contar histórias para crianças.

Uma discussão política e social é que rege o filme e com certeza é isso que incomoda boa parte dos “críticos” que apontam o filme como algo ruim. Pelo contrário. O roteiro de Chris Terrio em parceria com David S. Goyer, parceiro de longa data de Snyder, mostra o que é possível se fazer quando pessoas que realmente gostam do que fazem, podem fazer. Sim, já adianto pra vocês que algumas resoluções ou pontas soltas podem incomodar os mais desavisados, mas percebe-se que assim como a Marvel já fez, elas serão devidamente amarradas nos já previstos filmes que montaram esse universo complexo e grandioso que será o universo da DC no cinema.
Agora não é possível não enxergar que o equilíbrio entre Bruce e sua contraparte vigilante e Clark e sua contraparte heroíca não sejam exaltadas e elogiadas. O inivitável embate, em uma cena que foi uma das coisas mais bonitas que o cinema baseado em quadrinhos já viu, é mais do que apenas dois caras que tem conflitos de “interesses”. Existe uma base e um porque desse conflito e ele é totalmente explicado nessas diferenças.

Entre o debate político que rola durante os primeiros dois atos do filme, os medos, desconfianças e receios de Bruce e Clark são escancarados ao público. Não são só dois caras que vestem roupas diferentes e que tentam salvar o mundo. São homens que vivem diariamente traumas (principalmente o Batman, seja pela morte dos pais de forma trágica ou por motivos ainda não explicados – nos filmes – com relação ao Robin) e dúvidas que os fazem rever se o que estão fazendo de fato é algo válido, algo nobre...algo certo.

E entrando já no mérito das atuações, só deixo uma frase: Ben Afleck é o melhor Batman de todos os tempos. A polêmica de sua escolha é totalmente esquecida quando vemos um Bruce Wayne já calejado, marcado e surrado depois de 20 anos de luta contra o crime. Em uma das frases mais fortes do filme, fica evidente que a sua insatisfação maior é consigo mesmo e que “bons virarem maus” é algo que ele teme que aconteça de certa forma com o Super-Homem. E quem para um ser que é deus?
Do outro lado, Clark tem que enfrentar o seu dilema entre ser um jornalista que precisa entregar fatos e histórias reais em meio a vivência dessas histórias como o herói de capa vermelha. Mas será que ele é mesmo tão herói assim? Mais uma vez a atuação de Henry Cavill coloca o alien cada vez mais humano e certo de quem sim, os sacríficos devem ser feitos principalmente por conta daqueles que ele ama, Lois Lane, onde Amy Adams entrega uma mulher a altura da sua contraparte dos quadrinhos que não é mesmo a mocinha em apuros, e sua mãe, Martha, em uma atuação a vontade de Diane Keaton, que também reprisa o papel de O Homem de Aço.

Como “mestre de cerimonias”, literalmente, conhecemos uma faceta de Lex Luthor que poucos conheciam. A sua fase de “cientista maluco” pouco foi explorada nas telas, grandes ou pequenas, e a entrega de Jesse Eisenberg é total. Falta algo, é evidente, mas não faltou entrega e as frases de efeito mais chicletes que um filme de super-herói poderia ter. E a inteligente maléfica de Luthor é apresentada nesse jogo de forma a também costurar não só o motivo pelo conflito entre Batman e Super-Homem, mas também pela “contribuição” em trazer a faísca já anunciada da Liga da Justiça. Aquaman (Jason Momoa), Flash (Ezra Miller) e o Ciborgue (Ray Fisher) são apresentados de uma forma tão bacana, que empolga mais ainda para o vindouro filme da Liga.
E após uma construção muito bem feita dos motivos da briga, o caminho até ela e o ato final, onde a ameaça maior, Apocalipse, nos faz até esquece do deslize da Warner  antes da estréia do filme. Depois de uma frase ali, uma olhada acolá, eis que temos o grande momento não só do filme, mas também da cultura pop em geral. A Mulher Maravilha que Gal Gadot nos apresenta é realmente, com perdão do trocadilho, uma maravilha! Vítima, junto com Afleck, das reações negativas por sua escolha para o papel, ela literalmente cala a boca dos que a criticaram e arrancou aplausos, como já é de conhecimento de todos eu acredito, não só da sala em que estava, MAS EM TODAS AS SESSÕES QUE ESSE FILME TEVE ATÉ O MOMENTO!

Sim, eu acredito nisso!

A princesa Diana tem, em um momento em que as mulheres tomam o lugar de direito também nos filmes de heróis, o equilíbrio perfeito entre a beleza e delicadeza que a israelense tem, como a garra e o poder que a heroína mais famosa e icônica dos quadrinhos.  “Não acho que você tenha conhecido uma mulher como eu". Realmente não, muito prazer! =D
É demais! Sério! É aquele momento em que a criança que assistia os desenhos, que lia os quadrinhos, empolgado e viaja e embarca em um filme que, me desculpem dizer, não é para qualquer um. Pois os quadrinhos nunca foram para qualquer um. Mas o cinema é e o que Zack Snyder entrega é esse mundo espetacular em forma de longa-metragem para aqueles que, ou por falta de oportunidade ou porque não estavam afim mesmo, possam conhecer esses personagens incríveis!

Corajoso por ter escolhido histórias tão complexas e pesadas para colocar em um único filme. Mas o fez, mesmo que, com já falei, alguns deslizes, que também incluem a trilha sonora exagerada de Hans Zimmer, de forma primorosa. Com cenas de tirar o fôlego e de uma beleza cinematográfica única, fez talvez seu melhor trabalho, ao lado de Watchmen (2009) (espero escrever um dia sobre).

Sim, o Batman é perturbado mesmo, o Super-Homem é cheio de dúvidas mesmo e sim, a princesa Diana é mulher de fibra, forte, mas também elegante e sensual. Tudo isso e muito mais o que será mostrado no seu filme solo, que já aguardo ansioso para 2017.
As notícias estão ai para quem quiser ler (e com milhões de spoilers, cuidado!). O filme já entrou para a história! Seja pela polêmica das críticas sem sentido de pessoas que não entendem de quadrinhos, seja pela marca histórica de maior abertura da Warner em toda a história...fato é que o filme é história! E como fã da cultura pop, de quadrinhos, de cinema e mais do Batman do que do Super-Homem, estou satisfeito pra caralho!
É filme que não joga nada a toa na tela e que faz todo o sentido, não só para o filme em cima, mas para todo um universo que a DC pretende construir desde o primeiro filme de Snyder nessa nova fase da DC/Warner no cinema. E caramba, que belo começo hein!?

AVALIAÇÃO DO ALTER EGO:
(Excelente)

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
Batman vs Superman: A Origem da Justiça (Batman v Superman: Dawn of Justice) - 2016 - 151 min. - EUA - Ação/Aventura/Ficção
Direção: Zack Snyder
Roteiro: Chris Terrio, David S. Goyer
Elenco: Ben Affleck, Henry Cavill, Amy Adams, Jesse Eisenberg, Diane Lane, Laurence Fishburne, Jeremy Irons, Holly Hunter, Gal Gadot
Site Oficial: http://batmanvsuperman.dccomics.com/



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