A comprovação de que vida e arte se misturam.
Pegue um galã de Hollywood, faço-o passar por bons e maus bocados durante uma década, coloque-o em um filme despretensioso e terá uma das maiores injustiças que os velhotes do Oscars já cometeram em tempos.
Para os que apreciam boas histórias, contadas sem a falsa sensação de 80% dos filmes da terra da oportunidade, indico esse filme. Faça melhor, compre-o e coloque na sua estante.
Bom deixando de babar um pouco, esse é um daqueles que você termina de assistir e solta um palavrão...aposte nisso.
A história acompanha Randy “The Ram” Robinson (Mickey Rourke), lutador de luta-livre que 20 anos depois do seu auge nos ringues segue fazendo a única coisa que sabe: lutar. Mas os tempos são outros e os dias atuais não vêem com a mesma gloria as lutas que mais servem para divertir do que qualquer outra coisa.
Mesmo assim Randy continua em busca do seu sonho, ao som de “clássicos” do rock n’ roll dos anos 80 (a cena em que mete o pau nos anos 90 é demais!!!).
Do sucesso à decadência, Randy prova do respeito dos fãs e companheiros de trabalho. A nostalgia dos dias gloriosos bate a porta. Mas para sobreviver continua lutando. Até do dia em que um infarto lhe tira o que mais gosta de fazer.
Impedido de viver o seu sonho, Randy busca viver uma vida normal. Arranja um emprego, tenta a reconciliação com sua filha Stefanie (Evan Rachell Wood, surpreendendo) e procura o amor que nunca teve espaço em sua vida com a stripper Pam (Marisa Tomei, linda e excelente).
O filme muda de clima. A superação começa a apresentar formas. Temos o encontro de gerações, a reconciliação, a busca para consertar os erros do passado. Poderia ser mais filme clichê, mas a força da direção de Darren Aronofshy (Réquiem Para Um Sonho, outro filmão) eleva o nível, até das cenas mais banais como o caminhar de Randy de uma sala para outra.
Mas quando chegamos próximo do clímax, o filme nos coloca diante de uma das melhores construções de roteiro que já assisti. Da esperança, do “tudo vai melhorar”, somos jogados para nos questionarmos o seguinte: vale a pena deixar de ser quem somos? O que nos define ? Como consertar erros irreparáveis?
E como disse no início, terminaremos a exibição do filme ao som de Bruce Springsteen (The Wrestler, que não foi indicada ao Oscar porque está nos créditos do filme e não no contexto!!!) refletindo sobre os nossos erros, sobre os nossos atos.
Será que é sempre tarde demais para voltar atrás?
Ficha Técnica:
O Lutador (The Wrestler, EUA, 2008) - 115 min – Drama
Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Robert D. Siegel
Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Robert D. Siegel
Elenco: Mickey Rourke, Marisa Tomei, Evan Rachel Wood, Mark Margolis, Todd Barry, Wass Stevens, Judah Friedlander, Ernest Miller
Fiquei curiosa pra assistir! =D
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