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15 de novembro de 2016

Resenha | Kingsman - Serviço Secreto

Quando vi o primeiro trailer de Kingsman, pensei imediatamente em mais um daqueles filmes que caça-niqueis que se aproveitam de algumas ideias bacanas e copilam em um filme sem graça e sem sentido. Cara, como eu gosto de me enganar algumas vezes.

É um daqueles exemplares em que ao subir dos créditos, me perguntei: porque não vi esse negócio antes! E o mais engraçado: as ideias mais bacanas já usadas estão lá. E isso é muito bom. Sério, muito do que é feito em Kingsman se dá culpa ao balanço perfeito entre tudo o que os filmes de espionagem e super-heróis já criaram.

E Matthew Vaughn sabe como usar isso da melhor maneira possível. São três ou quatro cenas, incluindo a já clássica cena da igreja, que mostram que o talento de Vaughn vai muito além do surpreendente Kick-Ass (2010) e do excelente X-Men: Primeira Classe (2011).
Coincidência ou não, Kingsman também é fruto de uma HQ. E a criação de Dave Gibbons e Mark Millar (também criador de Kick-Ass) não poderia estar em melhores mãos. Na verdade, a vontade que me surgiu foi a de ver todos os filmes de super-heróis nas mãos de Vaughn.

O tratamento, tanto nas cenas de diálogos, tanto nas cenas de ação, parecem ter sido tiradas diretamente das páginas dos quadrinhos. E claro que nada disso funcionaria se o elenco não fosse tão competente.

No filme, acompanhamos Eggsy (Taron Egerton), um jovem indisciplinado e que vive à beira da criminalidade. Contudo, um dia, seu destino se cruza com o de Harry/Galahad (Colin Firth), que não por acaso, lhe apresenta a Kingsman, agência de espionagem britânica que segue as riscas os costume do "ser um gentleman" e combate o crime da forma mais elegante possível...sempre!
Após descobri mais sobre a agência e ser recrutado por Harry, ou melhor, Galahad, para substituir um agente morto em ação, ele vai passar por um processo de treinamento para se tornar um Kingsman. Em paralelo a isso, Galahad tentará impedir os planos de Valentine (Samuel L. Jackson), um vilão em ascensão com planos de dominação mundial através da tecnologia que seus bilhões são capazes de criar.

O que poderia se tornar mais do mesmo, se torna uma das melhores adaptações de uma HQ e também um dos filmes mais divertidos das últimas décadas. Sério, Kingsman se torna um clássico moderno justamente por mostrar que sabe de onde veio. E melhor ainda: sabe para onde vai. Colin Firth entrega um agente secreto que dá inveja a muito Bourne, Hunt ou Bond.
É incrível como o ator se dedica ao papel e entrega um dos personagens mais classudos e bacanas dos filmes de ação. E claro que o garoto Taron Egerton também se esforça, com muito sucesso, em entregar um Eggsy que mostre de forma convincente como a transformação de um garoto do gueto inglês em agente secreto pode ser plausível e bem construída.

E o que dizer de Samuel L. Jackson? Valentine é talvez o papel em que o ator mais se diverte! É palpável o tamanho da alegria que ele entrega a um personagem que mescla o desprezo e ironia que um vilão competente deve entregar. E claro que Sofia Boutella, que interpreta a capanga Gazelle, não fica atrás e entrega forma uma dupla tão competente quanto a dupla de heróis.

É necessário dizer também que até mesmo os coadjuvantes Mark Strong, que interpreta Merlin, uma espécie de "suporte" e guia aos Kingsman, Michael Caine, como o chefe-mor Chester King/Arthur da Kingsman e Sophie Cookson como Roxanne "Roxy" Morton, ajudam ao filme a ganhar mais profundidade e trazem mais qualidade ao filme.
Mas mais do que um filme de ação incrível, Kingsman ainda tem tempo para questionar os rumos da nossa atual sociedade. A tecnologia usada por Valentine para seu plano é uma verdadeira alfineta nas dependências que criamos e temos.

E na melhor do que em tempos modernos, termos um filme que tem a coragem de trazer reflexão em meio a ação, sangue e pancadaria!
Assista Kingsman. Não faça igual a mim. Não espere. Assista Kingsman hoje!

Avaliação do Alter Ego:

Trailer:

Ficha Técnica:
Kingsman - Serviço Secreto (Kingsman: The Secret Service) - 2014 - 129 min. - Reino Unido - Ação
Direção: Matthew Vaughn
Roteiro: Jane Goldman, Matthew Vaughn (baseado na HQ de Mark Millar e Dave Gibbons)
Elenco: Colin Firth, Samuel L. Jackson, Mark Strongm, Taron Egerton, Michael Caine
Site Oficial: http://www.kingsmanmovie.com/



14 de junho de 2011

X-Men: Primeira Classe

Ainda há esperança fora da Marvel Studios...
...foi com essa sensação que sai da sala após a exibição de X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class, 2011). Após as decepções de X-Men 3 - O Confronto Final e a aventura solo de Wolverine, confesso que não via a hora da Marvel, que já havia arrebentado com Homem De Ferro, a nova versão do Hulk e recentemente com Thor (escrevo sobre ele em breve aqui!), consertar o mar sem fim de "boas intenções" (leia, encher os cofres de grana) da Fox em trazer os mutantes mais famosos das HQ's às grandes telas.

Mas, apesar do resultado final fraco dos últimos dois chutes da Fox, os dólares entraram no caixa. E o que poderia ser mais uma decepção para aqueles que curtem os X-Men, surpreende de forma muito, mas muito positiva.

Confesso que não me agradou a ideia de "primeira classe". Contar uma origem depois de filmes que tinham um histórico que foram do bom, excelente, decepcionante e triste (respectivamente para o primeiro X-Men, X-Men 2, X-Men 3 e Wolverine) era algo arriscado. Talvez a última tentativa em mostrar pra Marvel que a coisa poderia ser consertada. Mesmo tendo uma campanha de divulgação pífia, se comparada ao tamanho que a marca X possui.

O maior trunfo dos X-Men está na questão político-social que permeia todas as discussões do filme. A questão comportamental é pedra fundamental de toda a história. É possível discutir assuntos de relevância para toda a sociedade e é isso o que mais atrai milhares de nerds para esse mundo. E inserindo-se no mundo real, as HQ's também buscam mostrar ao leitor que aceitar o que você é, e se mostrar perante a sociedade, enfrentando as dificuldades, é algo que deve ser feito. São "bandeiras" que o filme levanta. E mostra os dois lados de como se pode fazer isso. A ambiguidade da questão até pode parecer confusa para aqueles que não estão acostumados em ver sujeitos com roupas estranhas (e poderes mutantes) discutirem política, comportamento...assuntos mais próximos do que denominamos importante.